quantas vezes da minha dor retirei o caos para evitar que apodrecesse teu cais?
quarta-feira, 11 de abril de 2012
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
permanece doentio.
sobre a loucura, digo. elogio esse instante lúcido em que seus pés tocaram minha mente e entraram no corpo, iniciando o círculo vicioso até as veias. loucura que tu diz é essa que criou um arco-íris de flores mortas e sombrearam minha visão, abriram o paladar para as experiências sacrificantes e insignificantes que rolam dentro desse corpo jovem, gasto e despudorado sem nome e identificação no tempo.
ah... não censures o que existe de mais permanente em mim, não me dopes com tuas drogas e seus dotes de prever os atos lamacentos do meu eu. se te digo que estou sã, meu bem, significa somente que deixei de lado a espera suntuosa pela alegria cotidiana, os vícios permitidos e principalmente esses amores decassílabos.
o tesão e a mobília.
- sirva o vinho.
- parece que faz décadas que não nos encontramos, mas fazem apenas dois anos que esse seu cheiro de gim saiu dos meus lençóis.
- esse assunto de tempo é cada vez mais subjetivo.
- talvez, mas você anda distante. com certeza tem dormido mal e se alimentado pior ainda, olheiras, manchas no rosto...
- e principalmente no coração. – sussurrou bem baixinho.
- o que? fala mais alto.
- nada, não disse nada.
(...)
- sabe, éramos jovens o bastante para acreditar na eternidade. agora tudo parece meio bobo e nossos amores são cada vez mais modernos & livres & superficiais.
- seu cheiro está diferente essa noite.
- troquei o perfume, a roupa, as cortinas e a mobília. depois que você se foi ainda ficaram vestígios seus por toda parte.
- depois que eu fui senti cada vestígio meu que permanecia intacto nos armários dessa casa.
- joguei fora.
- senti. – pegou um cigarro. – tem fogo?
- parei de fumar.
(...)
- o vinho acabou e eu nem estou bêbado.
- o vinho acabou e eu perdi meu tesão.
- só agora?
- desde sua partida, ele se foi juntamente com a mobília da cozinha.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Te devoro pelos seios e afago os cabelos. Pensamentos sorrateiros em meio à madrugada, sozinha, te escrevo para dizer o que o inconsciente sussurra em meus ouvidos alados de versos decassílabos que ouço das outras bocas e ignoro-as, como de costume. Minha mania de amor lhe traz o desatento, benzinho, lhe digo: a mania estacionou naquele instante em que teu corpo conseguiu tocar meu íntimo e fazer-me esquecer de todo o alarde que me impedia de voltar a desposar dos beijos teus.
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Teu cheiro impregnado no meu corpo tornou-se quase meu. Volta para casa, sorriso bobo no rosto e não importa, meu amor, não importa quanto tempo demore a chegar e não importa quantas páginas daquele livro eu leia no caminho. Observo as árvores secas de dentro do trem, à noite que fita os olhares alheios sobre mim, luzes apagadas e sorrisos falsos em bocas desconhecidas. Afinal, ao repousar em meu leito dormente os sonhos circularam na inércia e a saudade que já cultivo do teu abraço e principalmente do teu cheiro, que impregna em mim até tornar-se quase meu.
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