segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

meus braços esperam teu abraço e meu coração espera, freneticamente, qualquer coisa instantânea que possa dar um pane em toda essa nostalgia. 

domingo, 25 de dezembro de 2011

te escrevo - hipócrita
mas guardo
dessa poesia que escondo
como a chama que nos une
existe só a singularidade
e a saudade.

- hipócrita eu que sou.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

tênue.


Existia uma linha tênue entre a permissão e o exagero: essa linha sempre fora facilmente rompida por qualquer desatento [ou desejo a mais das permissões pré-estabelecidas.]. minha vontade que sempre fora buscar os limites possíveis da liberdade sentia-se exausta em ter que ultrapassar a linha todos os dias para poder viver como manda um pouco de sua vontade, utilizando-se assim do que devia ter-lhe por direito.

Ah, que desvario. 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

coletivo 132.



Estão derrubando tudo
Tudo o que sobrou
Tudo o que um dia teve história
Estão derrubando os grafites
As poesias ali ditas e as prosas
estão derrubando as paredes
a decoração de latas de sprays
o vidro com as assinaturas
estão derrubando todos os quartos
as janelas, a escada
e outras casas da rua.

Estão derrubando
Por que tem dinheiro,
Por que tem poder
Estão derrubando,
Se a licença deixa
não tem como vencer.

mas existem coisas
que ninguém pode derrubar
a arte, a poesia, o rap
não são prédios ortodoxos
que vão tapar.

O entulho colorido
Espalhado no chão
Vira morada, vira passarela
Para quem vem ver a destruição

E de uma coisa fica:

A arte muda e São Paulo se transforma
Mas a lembrança que guardo do que antes não estava no chão
Essa nunca morre.

bunnyranch.


Você é tão linda que eu devia me cuidar mais, penso. Devia fazer as coisas certas, devia correr para a rodoviária – não importa os empecilhos que me deixam aqui debaixo das cobertas -, devia fazer algo grande, algo forte. Espero um sms, um sinal de vida, sua, minha e nossa. Nasceu uma rosa branca no meu jardim, sempre é um bom sinal. Temo meus atos que ligam a você. A impulsividade e a loucura que me torna uma mistura de tudo o que já vivi ou presenciei [tantas coisas sobre meu âmago que me diferem do teu e deixo guardado para futuras recíprocas].
Se vier, que seja. Contanto que tenha aquele gosto que preciso sentir para estar viva. Uma paixão rápida, áspera que toca adam green ao fundo:  

"one kiss, two kiss i can make it look like that. do me dolly, rape me in the parking lot. even you have to win sometimes dear. poison needle smoker, break a broken window mind you. bind me, gag me take me to the bunnyranch. bind me gag me take me to the bunnyranch."

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

whatever.


Escrevi uma carta e não mandei, como de costume. Acumulo coisas: textos, flores, sentimentos, orquídeas de chocolate. Sabe, ana, nunca me senti tão você como agora (...) vontade de entupir de calmantes e dormir por três dias seguidos, acordar, revigora menina que a vida está ai e tem coisas que tu precisa fazer: livro novo, peça nova, cuidar dos sentimentos, cuidar do coração. A arte bate na porta e eu corro, me escondo debaixo das cobertas e atrás das xícaras de café e dos cigarros que tumultuam minhas insônias quase diárias.

Tanta coisa pra dizer que não sei como organizar, tanta coisa para contar que não sei pra quem. Voltar a fazer análise? Talvez. Gosto da pressão terapêutica um pouco. Vontade de explodir um pouco, só um pouco. Whatever. Necessidade de atenção e carinho. Um monte de sensações e sentimentos sendo expelidos e o tempo todo sem ter para onde ir. Secreção sentimental talvez, só para ser podre. Adolescência, inferno astral. Lembro que um dia disseram para minha mãe que ela tinha sorte por eu nunca ter me revoltado.
Sinto saudades de amar.