quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

coletivo 132.



Estão derrubando tudo
Tudo o que sobrou
Tudo o que um dia teve história
Estão derrubando os grafites
As poesias ali ditas e as prosas
estão derrubando as paredes
a decoração de latas de sprays
o vidro com as assinaturas
estão derrubando todos os quartos
as janelas, a escada
e outras casas da rua.

Estão derrubando
Por que tem dinheiro,
Por que tem poder
Estão derrubando,
Se a licença deixa
não tem como vencer.

mas existem coisas
que ninguém pode derrubar
a arte, a poesia, o rap
não são prédios ortodoxos
que vão tapar.

O entulho colorido
Espalhado no chão
Vira morada, vira passarela
Para quem vem ver a destruição

E de uma coisa fica:

A arte muda e São Paulo se transforma
Mas a lembrança que guardo do que antes não estava no chão
Essa nunca morre.

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