terça-feira, 10 de janeiro de 2012


Tudo perdeu tanto o sentido. Sabe, meu bem, eu perdi a noção de que dia da semana é. O tempo corre e o calendário vai dizendo quanto tempo falta para minha maturidade e a única coisa que eu quero é estacionar no tempo, viver agora, aqui. Viver o tempo que nada me pegou por completo ainda, nenhuma repulsa e nenhuma reação, nenhum resultado da minha vida cheia de mentiras e fracassos. Nem aids, nem câncer, nem nada. Tenho medo de morrer, já disse? Tenho medo de morrer num dia azul, assim, quando tudo parecer lindo demais. Medo da morte me pegar quando a vida passar a ter mais sentido e me deixar desprotegida em um lugar que não acredito por conta desse ateísmo desregrado. Medo da solidão, também. Essa que tem tantas facetas e vai se distinguindo perante meus olhos... A solidão completa, amargurada, angustiada que vai pulsar nas minhas veias e procurar uma dose letal de qualquer coisa. Uma igreja, templo budista, qualquer lugar que me faça re-acreditar em tudo que agora perdeu a graça e a intensidade, o desejo de estar vivo.

Vou deitar aqui esse pensar indeterminado, pois de mim fogem as palavras quando tudo tenho a dizer. Só não me deixe só, meu bem. Não me deixe só. 

Um comentário:

  1. "que eu tenho medo do escuro, tenho medo do inseguro, dos fantasmas da minha voz.."

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