quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

"We are the demons."


Sinto falta de você.

Essa foi à primeira frase que disse hoje acordar, sinto falta e isso é tudo. Falta do teu humor inteligente e falta de quando ele não é também, falta das suas paranoias, dores, poesia e fotografias intensas que explodiam amor por onde passavam. Sinto falta do teu rosto na tela do computador o dia inteiro e das vezes que me deixava falando sozinha para ir dormir. Sinto falta também das opiniões sinceras sobre meus textos e de quando tu dizia que eu cresci poeticamente falando [e esse tu todo gaúcho e outras expressões que acabei pegando de você]. Sinto falta de colocar dinheiro na caixinha que guardava e dizia para todo mundo que era para viajar para onde morava minha melhor amiga.
Sinto falta de cuidar de você à distância que gravar vídeos bobos que às vezes não diziam nada, só para tirar de você ou um sorriso ou uma lágrima. Sinto falta também de você dizendo que eu preciso cursar letras por que assim vou crescer mais e mais [ultimamente tem sido minha ideia principal de faculdade.]. Sinto falta de entrar no facebook e ter dez, vinte notificações só suas me marcando em fotos e publicações sobre o magnífico funk carioca [nhó.]. E ainda nem contei das vezes que ficávamos falando das pessoas toscas e de seus cabelos completamente idiotas, essa decadência mental que complemente a vida de nossos colegas.
Mas também agora, com essa distância toda, me faz pensar nas vezes que não te dei toda a atenção que precisava e que respondi sua dor com monossílabas por que não sabia o que dizer ou tinha medo de dizer alguma coisa errada [a dor alheia sempre me pareceu um universo impenetrável.]. As vezes que não te socorri ou que não acompanhei todas as notificações e coisinhas que tu me mandava. Ah... Me arrependo de não ter guardado teu endereço à sete chaves, pois se tivesse feito isso agora estaria mandando para ti uma daquelas cartas gigantes com flores, livros, poemas e fotografias que tu adorava.
Leão, e eu achando que sabia lidar. Sei que tu precisava desta pausa com o mundo e respeito cada instante de tua ausência e espero tua volta, de braços abertos, para mim. Só assim poderei te contar dos meus avanços, meus livros novos, meu coração que agora conheceu um âmago tão lindo que tem me feito ter vontade até de cuidar de mim. Os discos novos que tenho ouvido e todas as minhas patifarias essências. Mas, na tua volta o que mais quero é saber como foi esse seu tempo e prestar atenção em cada um dos detalhes mais sórdidos, deixando assim esse meu lado egoísta e chato por demais.

Com amor, 
da sua pessoa-não-grata,

Carolina Moreira. 

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