domingo, 5 de junho de 2011

Sobre eu mesma.


Com tudo o que me resta de afeição romântico-amorosa pela tua pessoa escrevo-te uma carta fria, seca e sem dor exposta para me proteger do fim. Chove águas lamacentas no meu jardim enquanto acendo outro cigarro e penso no clown mais ridículo do que o normal que é minha mente e tuas visões distorcidas das coisas, nossas visões que juntas recriam o medo de amar.
Não posso agüentar amores pela metade, verdades e mentiras tão confusas que não conseguem ser distintas numa linha tênue de sentimentalismo bobo. Meu amor é preso, poético, monogâmico e verdadeiro, quase extinto. O teu necessita de uma liberdade inexistente quando se ocupa da primeira parte. Amar é ser idiota, imbecil, fútil e vulnerável. Um dia disse para ti que cheguei a um ponto em que você conseguiria me destruir com uma só palavra. Eu cheguei realmente, consegui alcançar o orgasmo romântico de um relacionamento quase (im)perfeito. Em nós você nunca terá esse gosto.
Não se proteja, não se proteja da vida por que ela vai um dia ou outro pular no teu pescoço com suas unhas gigantes e te apunhalar, o amor é fodido, a vida é. Não tenho mais toda aquela visão bonita e Shakespeareana de relacionamentos perfeitos. Só quero salvar a minha, a minha bosta de vida.

Mas eu te amo.
Como a mim.

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