sábado, 4 de junho de 2011

Sobre ter e não ter.

Nunca te disse, por medo ou revolta, birra ou só folga. Mas tenho medo que você volte, e como eu tenho. Tenho medo da intensidade do meu querer, este só será demonstrado devidamente quando meus olhos poderem tocar os teus e eu relembrar - Não pense que esqueci. - de tudo aquilo que um dia senti (E, Senhor, como tentei me esquecer.). Lembras dos contornos que insistem em me absorver da culpa imaculada e da saudade de te ter.
Passei a pensar devidamente em desistir de tudo, por ti, meu bem. No dia em que pensei que morrer de amor nunca passaria de uma licença poética me veio a prova da mentira, da prova que tudo era falso, que tudo o que dentro de mim fazia o máximo sentido enquanto eu vivia aquilo, de fora era o apice da estupidez humana. Querer e não poder. Ter e não TE ter.
Como poetas cegos e gritam para o mundo VER o que a poesia quer enchergar e não consegue. E era assim, devagar, na mira, no veneno capriconiano com doses leoninas que tentei por tempos ilesos te mostrar o quanto um dia o amor queimou.
E nunca mais cicatrizou.

MALDITO.

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